Esse post faz parte da série sobre inadimplência, feita em parceria com a Juno.

Sabia que oferecer opções de pagamento para os seus clientes impacta na saúde financeira do negócio? No primeiro post da série vimos como vender melhor para evitar a inadimplência. No post de hoje, vamos ver como a forma de cobrança influencia nesse atraso e no cancelamento do contrato.

É importante oferecer opções para o cliente, durante a contratação do serviço e a jornada dele no contrato. Com essa liberdade, o cliente pode escolher entre o que for mais prático – e a chance dele aderir e renovar contrato é maior. 

Isso vale também para formas de pagamento. Com um leque de opções de pagamento, o contratante pode escolher entre o que for mais conveniente e você atrai perfis diferentes de pagamento.

Formas de pagamento para cobrar clientes

Então, diversifique! Existem diferentes formas de pagamento que você pode oferecer ao seu cliente:

1. Cartão de crédito

O cartão de crédito é garantidor de pagamento. Com o cartão, o cliente pode fazer o pagamento na hora que tiver interesse na compra, sem precisar ter o dinheiro em mãos. 

Para serviços recorrentes, tem a vantagem de precisar cadastrar o cartão apenas uma vez, sendo os pagamentos dos próximos meses automáticos.

2. Débito automático

Se o contrato com o cliente estabelecer pagamento mensal, outra forma prática de pagamento é o débito automático, que dispensa ações mensais do pagador. 

É bom para os pagadores esquecidos, mas o vendedor precisa fazer cadastro de conta em cada bando em que deseja habilitar o débito automático. Por consequência, poucas empresas oferecem essa modalidade. 

3. Boleto bancário

O boleto bancário é o mais popular meio de pagamento entre os brasileiros, por isso é indispensável oferecer essa opção. Além de popular, é democrático, porque o pagador não precisa ter conta em banco ou cartão de crédito para fazer o pagamento.

Nele é possível colocar valores diferentes em um mesmo documento – com desconto, multa e juros. Esses recursos incentivam o pagamento, e também são aliados do relacionamento com o cliente – afinal, quem não gosta de um desconto?!

As cobranças de boleto bancário tem a vantagem de aparecer no DDA (Débito Direto Autorizado) do cliente, se ele tiver esse serviço habilitado junto ao banco. Essa é uma facilidade de pagamento: o pagador tem uma lista de todos os boletos emitidos para o seu CPF ou CNPJ. A partir disso ele autoriza ou não o pagamento – diferente do débito automático, que debita automaticamente da conta.

Existem duas formas de emitir boleto bancário: com o banco e com intermediadora de pagamentos.

  • Banco: 

Para habilitar cobrança com o banco, é necessário ir até a agência bancária, solicitar o serviço e passar pelo processo de homologação, que é um teste com boletos fictícios.  A cobrança deve ser emitida seguindo o padrões determinados pelo banco, como layout do banco e uma série de especificações técnicas.

Depois de homologado, para executar processos financeiros diariamente. Eles consistem em instalação de programa para a emissão, envio de arquivo de remessa das cobranças e envio de arquivo de retorno para puxar os pagamentos.

A burocracia, detalhes técnicos e rotina de geração de arquivo são desvantagens da emissão de boletos com os bancos. Outra desvantagem são as tarifas: no banco, qualquer ação com o boleto tem um custo. Há tarifa para emitir boleto, para segunda via, para cancelar, para dar baixa, na liquidação, no registro, etc. 

  • Intermediadora de pagamentos:

Devido à emissão de cobranças com o banco ser pouco acessível, a alternativa para geração de boletos é usar intermediadora de pagamentos. Não tem a burocracia do banco, nem a rotina técnica de processamento de arquivo de remessa e de retorno: todo o backoffice financeiro fica a cargo do sistema.

Você só precisa criar seu cadastro e cadastrar os seus clientes para emitir cobranças no boleto bancário, e também no cartão de crédito. A taxa também é simplificada, sendo por pagamento efetuado ou por plano.

Na Juno você pode emitir boletos com CPF ou com CNPJ, sem precisar de carteira bancária. A emissão das cobranças acontece em etapas simples e é possível gerenciar os pagamentos por painel de cobranças. O valor compensa na plataforma no dia útil seguinte ao pagamento e, se você quiser, já transfere o saldo para a sua conta ou usa o saldo para fazer pagamentos.

4. Carnê

Modalidade de boleto bancário, o carnê reúne diversos boletos em um único documento. É ideal para quem quer receber todas as cobranças do serviço no boleto, em uma única vez

Ter todas as parcelas na mão permite que a pessoa se programe para fazer o pagamento do serviço junto com as demais contas.

5. Recorrência de boleto

A recorrência no boleto é a melhor forma para o cliente recorrente que quer pagar no boleto, mas prefere receber a cobrança a cada período

Você programa o sistema para gerar automaticamente as cobranças no período combinado e elas são geradas e enviadas automaticamente para o seu cliente, na frequência que você quiser.

Essa modalidade é indicada para serviços com mensalidade, como escolas e academias. Assim, ao invés de ter que gerar cobrança por cobrança de todos os alunos, o sistema emite as cobranças automaticamente e você só precisa conferir o pagamento.

6. API

Cobrança por API é uma forma de cobrança que integra ao seu sistema ou site as funcionalidades do módulo de pagamento. De modo geral, as cobranças são geradas na modalidade e na tela que você determinar, sem ir para uma página extra de checkout ou para um sistema extra.

A integração API é indicada para quem precisa oferecer um site ou uma aplicação com muitas funcionalidades. Quem tem um sistema ERP também necessita da integração API, porque precisa entregar um produto completo aos seus clientes, de forma transparente.

Conteúdo relacionado: O que é uma estratégia de API first?

Assim você não precisa se preocupar com o backoffice de processos bancários, como arquivo de remessa e de retorno, podendo se dedicar à análise de dados.

Boas práticas na hora de cobrar

Na hora de cobrar o cliente, algumas práticas ajudam na efetivação do pagamento. Na abordagem, leve em conta o ditado popular “não faça com os outros o que não gostaria que fizessem com você”.

Algumas práticas podem estimular o cliente a fazer o pagamento: sempre feche serviços com contrato, que são o seu maior respaldo, e seja cordial.

Na hora do envio da cobrança, descreva bem o que está sendo cobrado, para que o cliente não tenha dúvida que contratou sua empresa, e, se a sua atividade exija, já envie a nota fiscal junto com a cobrança.

Lembretes de pagamentos são boas pedidas – se o cliente não pagou em até 3 dias e no dia do vencimento, envie um e-mail para ele.

Meu cliente não pagou, e agora?

Se mesmo com as diversas opções de pagamento e boas práticas de cobrança o seu cliente não pagou e se tornou inadimplente, inicia-se o processo de negociação da dívida. Infelizmente, é difícil fugir dessa realidade. 

No Brasil, 63 milhões de pessoas estão inadimplentes, o que representa mais de 40% da população adulta, segundo o Serasa Experian. A taxa aceitável de clientes inadimplentes é de 5% de saldo atrasado por mais de 90 dias, segundo os dados das operações de crédito do Sistema Financeiro Nacional (SFN).

Para renegociar a dívida, crie ações que beneficiem os dois lados. Procure entender o lado do devedor para oferecer uma condição que caiba na realidade dele. Assim como fechar um novo negócio exige entender a realidade, melhor forma de pagamento e prazo, cobrar um inadimplente também.

Dicas do que fazer se o cliente não pagou:

  • Entre em contato para saber o que aconteceu

A primeira atitude que você deve tomar ao ver que o seu cliente não pagou é entrar em contato. Pode ser que ele tenha esquecido de realizar o pagamento, ou que realmente tenha faltado dinheiro. 

Pergunte se alguma coisa aconteceu e, ao conversar com ele, procure entender qual a razão do atraso. Entendido o motivo, proponha uma solução que funcione para os dois lados.

Registre esse contato por e-mail. Assim, você tem um registro de que entrou em contato com o cliente inadimplente pedindo para que o pagamento fosse feito.

  • Proteste o boleto

Além do boleto bancário ser um meio popular de pagamento, ele pode ser protestado caso não seja pago. Esse é um serviço de cartório, oferecido também por empresas especializadas. 

Você precisa comprovar que a fatura está relacionada a um serviço prestado pela sua empresa. Notas fiscais e contratos, no nome da pessoa contra quem você deseja fazer o registro, geralmente são suficientes para esse procedimento.

  • Contrate empresa especializada

Para cobrar clientes inadimplentes, nada melhor do que deixar com quem entende do assunto. Por isso, uma opção é contratar empresa com expertise e know how nesse tipo de relacionamento, como a Monest.

Assim, você não precisa se preocupar com contato com o cliente, basta cadastrar os inadimplentes. A abordagem na comunicação com o devedor é voltada para os benefícios de quitar as dívidas e manter o relacionamento com a sua empresa.

  • Envie uma carta de advogado

Se o devedor é uma empresa grande, entrar com um processo é uma alternativa.  Antes de usar esse recurso, é possível conversar com um advogado e pedir o envio de uma carta para o cliente inadimplente. 

Receber um aviso que avise a possibilidade de um processo faz com que algumas pessoas se motivem a pagar o que devem.

  • Entre com um processo contra o cliente inadimplente

Essa é a última alternativa para o caso do cliente não pagou e pode levar até dois anos para ser solucionado.

Se o valor devido for menor do que 40 salários mínimos, você pode entrar com um processo diretamente no Juizado de Pequenas Causas, com ajuda de advogado. Se o valor devido for menor do que 20 salários mínimos, você consegue dar entrada no processo sozinho, também no Juizado.

Fazendo uma venda assertiva e oferecendo diferentes métodos de pagamento, a chance de você precisar entrar com processo é reduzida.

Fique de olho para ver o próximo post da série sobre inadimplência, feita em parceria com a Juno.